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VÍDEO: onda verde conecta 62 semáforos em Santa Maria

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

O trânsito santa-mariense já conta com o sistema de onda verde nas principais ruas e avenidas. São 62 cruzamentos sincronizados com a central semafórica, que é operada remotamente. Na teoria, o sistema proporciona que um veículo transite por uma via sem ter que parar por sinal vermelho. Entretanto, na prática, não há solução mágica, e motoristas ainda precisam exercitar a paciência diante de um cruzamento fechado, especialmente em horários de picos. Mas há avanços na fluidez do trânsito, e o sistema representa um marco tecnológico no controle de tráfego da cidade.

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Para entender o funcionamento do sistema, é preciso lembrar que a instalação dos módulos, começou ainda em 2019 e foi concluída no início deste ano em 62 pontos semafóricos que foram conectados com a central. Antes, cada equipamento funcionava de forma isolada, em sistema analógico. A partir dessa instalação, foi iniciado o processo de configuração e sincronização entre os semáforos de cada via. Esse trabalho é detalhado e envolve cálculos e análises complexas de todo o sistema do trânsito santa-mariense.

- É um estudo bastante pormenorizado para que funcione na média geral. Colocamos uma média geral de velocidade, de tempo e de volume de veículos em determinados sentidos e determinadas faixas horárias, para depois fazermos as sincronias finas de acordo com as variações do dia - explica o secretário de Mobilidade Urbana, José Orion Ponsi da Silveira.

A central é operada do Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp).

Por que nem sempre a sincronia funciona?
O sistema está operante, mas, a depender do trânsito, é pouco provável que o motorista consiga atravessar toda a Avenida Presidente Vargas sem parar em um sinal vermelho, por exemplo. O problema é causado por fatores de caráter humano que não podem ser solucionados pelo sistema. Em teoria, se o automóvel transitar na velocidade permitida pela via, pegará todos os semáforos abertos. Entretanto, na prática, isso é quase impossível em alguns horários.

Entre os fatores, estão a travessia de pedestres, que fazem com que veículos parem ou diminuam a velocidade, entrada e saída de garagens, obras que ocupam uma pista e a perda de comunicação de um semáforo com a central. Também dificulta a sincronia o fato de que nem todos transitam na mesma velocidade, mudança de pista e pontos de ônibus. O trânsito também se comporta diferente conforme o horário.

- Se transitar às 9h, é uma realidade. Se fazer o mesmo trajeto às 11h ou 17h, que são horários de pico, talvez não vá conseguir pegar três semáforos verdes - projeta Marcelo Rossés, engenheiro civil da prefeitura.

NA PRÁTICA
O Diário fez o teste na manhã da última sexta-feira. Às 11h24min, o carro andou na Avenida Medianeira, partindo do cruzamento com a General Neto e tentando manter a velocidade média de 50 km/h, o que nem sempre foi possível por conta do tráfego intenso. Na esquina com a Fernando Ferrari, o sinal estava vermelho. O próximo semáforo, no cruzamento com a Floriano Peixoto, também estava vermelho. Na sequência, os semáforos dos cruzamentos com a Serafim e com a Duque de Caxias estavam verdes, mas o da Rua Heitor Campos, em frente à Basílica, amarelou pouco antes da chegada do carro. O trecho até a esquina da Barão do Triunfo, de 1,6 quilômetro, foi percorrido em 5 minutos e 40 segundos

Na Avenida Presidente Vargas, o teste começou em frente ao Hospital de Caridade e seguiu na direção Centro-bairro. Os primeiros quatro semáforos estavam verdes e o primeiro vermelho foi avistado no cruzamento com a Rua Barão do Triunfo, que fechou quando o carro já estava perto. No trecho, a velocidade do veículo teve que ser reduzida por conta de um carro à frente, que reduziu para fazer um retorno. Depois disso, apenas o semáforo na esquina da Borges de Medeiros estava fechado. O trecho até a Avenida Liberdade, de 1,4 quilômetro, foi percorrido em quatro minutos e 10 segundos.

Além de mais tecnológico, sistema tem outras vantagens
Mesmo com os fatores que podem alterar o tempo de percurso, o sistema promete trazer benefícios. Para avaliar a qualidade do trânsito e o impacto da onda verde na fluidez de tráfego, há o Índice de Saturação Viária, que vai de A, que representa uma ótima fluidez, até F, de tráfego congestionado. Conforme o engenheiro da prefeitura, a Avenida Presidente Vargas tinha C e após a instalação, passou para B.

Uma das principais melhorias apontadas no tráfego é o fim do chamado "arranca e para" a cada semáforo, mas ainda existem alguns pontos críticos de acúmulo de veículos, como é o caso da esquina entre a Avenida Presidente Vargas e a Rua Serafim Valandro.

São muitos os elementos que alteram o fluxo e a quantidade de veículos e que vão causar distúrbios na sincronia, como um eventual retorno às aulas ou até mesmo o fim da pandemia. A ideia da prefeitura é manter avaliações constantes sobre o sistema para realizar os ajustes necessários.

- Hoje, nossos ciclos estão adequados ao volume de trânsito em nosso sistema viário - afirma Rossés.

A central semafórica também representa uma economia de dinheiro e de esforço ao município no quesito manutenção. Antes, as equipes técnicas precisavam se deslocar até cada equipamento para fazer vistorias. Agora, isso pode ser feito de forma remota.

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HORÁRIOS
Em vias e mão única, a sincronia dos semáforos funciona ininterruptamente. Entretanto, nas avenidas, a onda verde é mais eficiente em apenas um dos sentidos, a depender do horário.

- O fluxo de veículos nas avenidas Medianeira, Rio Branco e Presidente Vargas é muito semelhante no sentido bairro-Centro e Centro-bairro. A variação é pouca. Porém, procuramos priorizar a sincronia no horário das 7h às 11h para o sentido bairro-Centro, para trazer as pessoas para a área central da cidade. Nesse momento, a sincronia está funcionando nesse sentido. No sentido inverso, não vai estar sincronizado. Isso muda em diferentes horários - explica Rossés.

Isso acontece porque nessas avenidas existem cruzamentos semafóricos com três ou mais tempos. Caso fossem sincronizadas ambos sentidos da avenida, poderia gerar mais acúmulo de automóveis nas transversais.

APENAS UM SENTIDO

Avenida Presidente Vargas, entre semáforo da Policlínica e Rua Appel

  • Sincronia no sentido bairro-Centro: entre 7h e 11h; e 13h e 17h
  • Sincronia no sentido Centro-bairro: entre 11h e 13h; e a partir das 17h

Avenida Rio Branco, entre Vale Machado e Venâncio Aires

  • Sincronia é no sentido bairro-Centro a partir das 7h

Avenida Dores, entre Padre Caetano e Benjamim Constant

  • Sincronia é no sentido bairro-Centro a partir das 7h

Avenida Medianeira, entre Rua Serafim Valandro e Rua Barão do Triunfo

  • Sincronia no sentido bairro-Centro: entre 7h e 11h; e 13 e 17h
  • Sincronia no sentido Centro-bairro: entre 11h e 13h; e a partir das 17h

Avenida Borges de Medeiros, entre Silva e Venâncio

  • Sincronia é no sentido Centro-bairro a partir das 7h

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